Uma lamentável situação envolvendo Vilma Nascimento, a renomada porta-bandeira da Portela conhecida como Cisne da Passarela, ocorreu na loja Dufry do Aeroporto de Brasília na última terça-feira (21). A octogenária, que estava na capital para receber homenagens na Câmara dos Deputados e inaugurar uma exposição dedicada a ela no Dia da Consciência Negra, foi abordada por uma fiscal de segurança que a obrigou a abrir sua bolsa para verificar se havia furtado algum item.
Segundo relatos, Vilma estava aguardando seu voo ao lado de sua filha quando decidiu comprar um refrigerante na loja Duty Free Shop. Ao retornar para comprar a bebida, foi surpreendida pela abordagem da segurança, que alegou a necessidade de verificar sua bolsa em um local reservado.
O incidente, registrado em vídeos pela filha, mostra a humilhação a que Vilma foi submetida, sendo obrigada a tirar seus pertences da bolsa no meio da loja. A família alega que nenhuma irregularidade foi encontrada, e nenhum outro passageiro foi revistado. A cor da pele de Vilma é apontada como possível motivo para a abordagem discriminatória.
A Dufry Brasil, empresa responsável pela loja, emitiu uma nota de desculpas públicas pelo ocorrido, classificando a abordagem como “absolutamente fora do padrão” e afastando a fiscal de segurança de suas funções. A concessionária que administra o Aeroporto de Brasília, a Inframerica, repudiou qualquer ação discriminatória.
A repercussão do caso foi expressiva, com escolas de samba, artistas, autoridades e amigos manifestando apoio a Vilma. A Portela, escola pela qual Vilma fez história, repudiou a situação e destacou a importância do combate ao racismo. Personalidades como Paulinho da Viola e a deputada federal Talíria Petrone também condenaram o episódio.
Vilma Nascimento, aos 85 anos, é uma figura respeitada no mundo do samba e da cultura brasileira. A Portela destacou suas conquistas, enquanto a trajetória de Vilma inclui o recebimento de prêmios, homenagens e a formação de uma verdadeira dinastia de porta-bandeiras em sua família. O episódio no aeroporto de Brasília reforça a necessidade contínua de combater o preconceito racial no país.
Fonte: PortalG1
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